Vida

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Nasce José

 

“Certa vez, colocou-o num cestinho no quintal para tomar, sol. Uma vaca embravecida investiu contra o cestinho, ergueu-o com os chifres e o arremessou ao ar, mas o cestinho pousou com a criança no gramado, sem que nada acontecesse ao menino. Nada sucedera, além do susto de todos, que após decênios ainda recordavam o caso.” 

Padre José Kentenich nasceu na casa dos avós maternos em 16 de novembro de 1885 na aldeia de Gymnich, Alemanha. É filho de Catarina Kentenich e Matias José Koep, e foi batizado como Pedro José. Catarina, numa noite, às vésperas de dar à luz,  sofreu a tentação do suicídio; mas sua mãe, por intuição divina despertou, pegou água benta e aspergiu toda a casa dizendo à filha que algo muito ruim estava acontecendo ali. Naquele momento Catarina decidiu aceitar sua condição de mãe solteira, e consagrou a criança em seu ventre a Deus e Nossa Senhora. Durante a primeira infância cuidou do filho pessoalmente, pois não tinha emprego fixo, e com o passar dos anos financiou sozinha os estudos do mesmo. Aos oito anos, levou-o para o orfanato do Padre Savels, e antes de despedir-se consagrou-o a Maria diante da estátua de Nossa Senhora.  A consagração, um pedido à Mãe de Deus para educar o filho e ser lhe inteiramente mãe, cumprindo no seu lugar os deveres maternais, foi um fato que marcou profundamente  toda a sua vida.

“Ao interpretar a imagem que mostra um menino que oferece seu coração à Mãe de Deus e recebe em troca, dela e do Menino Jesus, um coração flamejante, Padre Kentenich comenta que aquele menino é ele próprio, aos nove anos, quando ‘ofereceu o seu coração à Mãe de Deus’ e ‘selou no seu coração a aliança de amor com a Mãe de Deus’. Explica para sua interlocutora que carregou ‘no seu interior este segredo até 18 de outubro de 1914. A senhora sabe como ele depois se desdobrou’ . Conclui esta confissão com a frase notável: “Foi pra mim uma vivência tão profunda, que não se pode expressá-la em palavras””.

A semente da vocação religiosa surgiu já na infância, como o próprio Padre Kentenich contou a uma família em Milwaukee:

“Quando os vejo assim na minha frente, recordo uma história da minha primeira infância. Talvez eu tivesse quatro ou cinco anos e nós, crianças, estávamos brincando. Eu também me coloquei assim, em cima de um degrau, na frente dos companheiros de brincadeiras e disse alto: ‘Agora escutem todos! Quando eu for grande vou ficar padre e depois vou pregar: devotos ouvintes, (para sempre) Amém. O que vem no meio eu ainda não sei, ainda preciso aprender’ “.

Ainda pequeno, escreveu a seguinte oraçãozinha que rezava sempre ajoelhado:

“Ave Maria! Por tua pureza conserva puros o meu coração e a minha alma, abre-me largamente o teu coração e o coração de teu Filho!”

O Jovem José

 

O jovem José completou a oraçãozinha escrita na infância, e confessou que foi como se Deus o tivesse educado segundo esta oração:

“Obtém-me um profundo conhecimento de mim mesmo e a graça da perseverança e fidelidade até a morte. Dá-me almas e tudo o mais, toma-o para ti.”

Ao decidir ser sacerdote, surgiu o impedimento de ser filho de mãe solteira, e a solução encontrada por Padre Savels foi enviá-lo a um seminário Palotino perto de Coblença, que aceitaria sua situação. No  Seminário Ehrenbreitstein José encontra jovens com o mesmo ideal que o seu, escreve poemas e peças de teatro. Passava as férias com a mãe ou com parentes.

É ordenado sacerdote no dia 8 de julho de 1910 na Capela Missionária de Limburgo, onde também celebrou sua primeira missa no dia 10 de julho. Na lembrança  da sua ordenação escreveu:

“Concede , ó meu Deus, que todos os espíritos se unam na verdade, e todos os corações no amor”

 “Coração de Jesus eu confio em vós!” 

 “Doce Coração de Maria, sede minha salvação!”.

Tornou-se Diretor Espiritual no novo seminário em Vallendar-Schoenstatt em 1912. E em 18 de outubro de 1914, transforma em “Schoenstatt”  a pequena e abandonada Capela de São Miguel através da Aliança de Amor.

Em 1942 vai para o Campo de concentração de Dachau, e em 20 de maio de 1945 volta para Schoenstatt tendo a certeza de que sua liberdade se deve à vitória da Mãe Três Vezes Admirável sobre as forças do Mal.

Sofre um exílio  de 14 anos em Milwualkee, EUA, a partir de 1951.

Em 22 de outubro de 1965, o Papa Paulo VI concede para Schoenstatt a bênção apostólica, e o Padre Kentenich assume que a sua Obra contribuiria com a Igreja. Pode voltar à Schoenstatt na noite de Natal de 1965.

José volta ao Pai

 

Volta ao Pai, após celebrar a primeira Santa Missa na recém-construída Igreja da Santíssima Trindade ( Igreja da Adoração), no Monte Schoenstatt.  Era dia 15 de setembro de 1968, festa de Nossa Senhora das Dores.

Foi sepultado na sacristia, lugar exato de seu falecimento. Este lugar tornou-se fecundo em peregrinações, pois as pessoas confiam que ele continuou sua missão agora na eternidade.

Em sua lápide está escrita a expressão latina “Dilexit Eclesiam”, que significa  “Amou a Igreja”.

A causa da sua beatificação e canonização está aberta desde 1975.

 

 

Fonte: “Os Anos Ocultos: Pe. José Kentenich, Infância e juventude” , de Dorothea M. Schlickmann

 

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