Com Ele morremos, com Ele ressuscitaremos!!!

Com Ele morremos, com Ele ressuscitaremos!!!

A Narrativa da Paixão

Nesta sexta-feira Santa fomos ao Santuário para exaltar a morte e Paixão de Cristo. O padre Paulo Henrique Borges, Diocese de São Carlos, mergulhou todos os presentes na narrativa da Paixão. Vamos meditar um pouco as mensagens trazidas pelo padre Paulo:

Ele nos conta que no Evangelho de João, esta narrativa  coloca  que  não há três cruzes no Gólgota, mas uma única cruz, onde estão com Cristo todos aqueles que decidiram morrer com Ele. Existem três corpos, mas uma única cruz!!

O  padre Paulo Henrique Borges, interpreta a Paixão como Vida. De fato, Jesus retirou-se para um jardim, que nos remete ao Jardim do Éden onde havia vida, e vida pra sempre. Este jardim é onde Deus nos colocou no início da criação para que nós ali morássemos eternamente. Jesus estando num jardim, no Evangelho de João, está dizendo: ‘eu  estava à espera da vida!!!’.

Em Jesus, há só vida, não há morte. Por isto, que nós não podemos fazer a leitura da Paixão num sentido de tristeza. A leitura da Paixão é um conto de uma núpcia, de um esposo, de um rei!! É um nascimento!!!

Judas, o traidor,  conhecia o jardim, mas não basta conhecer o jardim…não basta saber que Jesus é vida. É necessário que eu faça escolhas para situar-me com Ele no jardim. Se nós não fazemos escolhas para viver neste Paraíso, para viver nesta vida que vence a própria morte, nós não entraremos neste jardim. Judas Iscariotes conhece, mas foge do jardim: é o jogo entre trevas e luz!!!  Pedro também estava com Ele no jardim, mas decide negá-lo, não foi capaz de segui-lo até o fim.

Neste Evangelho Jesus não é vítima, Ele é aquele que assume a Cruz. Vai de encontro a ela. Carrega a cruz como um troféu, com o qual vencerá. E quer dar a vida ao  discípulo amado que o assumir. E este discípulo pode ser qualquer um de nós que assume Cristo, e que está com ele na Cruz até a crucificação. Com Ele morremos, com Ele ressuscitaremos.

Jesus quer dar a vida por nós, mas nos quer com Ele!!!

O mistério da Cruz de nosso Senhor!!!

 

Diz que na cruz estava um letreiro: “Jesus, o nazareno, rei dos judeus”. Este letreiro ia contra o que estava no Talmude, que impedia o acesso direto a Deus. Este acesso só podia acontecer através de um sumo sacerdote. Com o letreiro da Cruz, surge um novo “Santuário”, lugar onde há  comunicação divina, onde estamos tão próximos de Deus, a ponto de nos tornarmos um só com Ele.

 As núpcias do Cordeiro

 

Para um judeu de modo algum se perfumava um cadáver. Os trinta quilos de mirra e aloés significa que aquilo que parece um funeral é na verdade uma núpcias, é a núpcias do Cordeiro. Ele como esposo, desposa a Cruz, e na cruz desposa a cada um de nó, pois a mirra e aloés era utilizado para perfumar os lençóis dos noivos judeus. Estes eram perfumes de um rei. Por isto Jesus é esposo e é rei!!! Não é morte de uma vítima, mas é vitória, é exaltação. A glória de Jesus é na cruz, quando Ele concede a cada um de nós o seu espírito.

“ Agora toma a Cruz, abraça e beija a doce companheira que escolhestes. Filho do carpinteiro, bem conheces o peso, o cheiro, a forma, a cor dos troncos. Deita-te sobre a esposa a qual te glorifica, desposa eternamente a sua forma. Só de braços abertos é que os homens irão reconhecer-te pelos séculos. Mas antes de esposá-la, põe-na no ombro, com precauções de médico e de amigo. Eis que encontraste a ovelha desgarrada, que somos Madalena, e eu, e Dimas, e todos que consentem que os levantes teus braços por um pouco ainda libertos…

Jesus morre na Cruz, rosa dos ventos, ao norte está seu Pai que esconde a face, ao oriente a mãe que desfalece, ao sul a solta besta que blasfema, mas ao poente o ladrão que se converte, que vê o Deus morre feito Verbo e ouve de seus lábios a promessa: hoje mesmo estarás em minha casa, hás de comer comigo à minha mesa, hei de beijar-te os pés, as mãos, a face. Oh ovelha encontrada à última hora, oh espiga colhida ao sol poente, oh Igreja nascida do meu lado.”

Que nesta noite, possamos estar em espírito de contemplação. Meditando o  Jesus sepultado, que espera a Vida renascer novamente numa ressurreição. Lembrando que,  ali  onde ele foi sepultado, era um jardim, também, diz o evangelista João. É tudo sinal de Vida.  E se nós queremos ter vida em plenitude, uma vida que é indestrutível enquanto qualidade eterna, que nós nunca nos afastemos de nosso Senhor, que nós não o rejeitemos. Mas que nós façamos escolhas que nos façam situar-nos com Ele no jardim, na vida Eterna!!!

 

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Por Iris Marcomini – Liga de Famílias

 

 

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